11 de novembro de 2013

Era óbvio, mas...

Comentário: A notícia vem apenas se juntar a enorme coleção de absurdos que os brasileiros, infelizmente, convivem mansamente. A conta final da aventura das térmicas “acordadas” em setembro de 2012 beira os R$ 10 bilhões. Com esse dinheiro seria possível construir uma hidroelétrica de mais de 2.000 MW, capaz de gerar energia para mais de 4 milhões de consumidores. Toda essa lógica de cabeça para baixo estaria justificada se estivéssemos passando por uma tragédia hidrológica, o que é falso como uma nota de três reais.
Na realidade trata-se de um modelo mal adaptado ao singular sistema brasileiro. O ridículo continua com distribuidoras descontratadas, torcendo por chuva num mercado spot que depende de S. Pedro. Geradores, no sentido contrário, torcendo para que muita chuva não derrube seus preços.
A louvação à filosofia do “mercado a qualquer custo” não deixa ver que o nosso nada tem a ver com mercados genuínos de energia como o NORD POOL, como mostra a figura. No gráfico é possível ver também MWh serem  "liquidados" por ninharias quando poderiam formar um fundo para compensar os gastos bilionários.


Fim de ajuda do Tesouro preocupa distribuidoras

Por Claudia Facchini | De São Paulo – Valor 08/11

Os repasses bilionários que estão sendo feitos pelo Tesouro para as distribuidoras de energia, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), vão terminar em dezembro, o que preocupa o setor. São grandes as chances de que as empresas ainda precisem de dinheiro dos cofres públicos para recompor o fluxo de caixa em 2014, mas o tamanho do rombo só ficará claro depois do leilão de energia existente (A-1), que será realizado no dia 17 de dezembro.

Se chover muito nas próximas semanas e os preços da energia no mercado disponível caírem, o governo também se livra de grande parte do problema, afirma Nelson Leite, da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). Até agosto, já foram repassados R$ 8,4 bilhões da CDE às companhias.

O dinheiro foi desembolsado para evitar que os elevados custos com as térmicas chegassem ao bolso dos consumidores. As distribuidoras também ficaram sem contratos de longo prazo depois da renovação das concessões do setor elétrico. Isso porque o número de hidrelétricas que aderiu à proposta foi inferior ao previsto pelo governo federal, com a rejeição da Cesp, Cemig e Copel.

Hoje, as distribuidoras precisam comprar 2 mil MW no mercado disponível, pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Os recursos da CDE também estão cobrindo essas despesas, embora os repasses não compensem 100% dos gastos, disse Leite.


O problema é que essa situação vai se agravar até o fim do ano, quando a validade de alguns contratos de compra firmados nos leilões entre 2004 e 2006 termina. Em dezembro, as empresas vão ficar expostas em mais 4 mil MW, elevando o total descontratado para 6 mil MW.

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