30 de junho de 2012

Setor elétrico passará por momentos difíceis a partir de 2015, afirma analista

Isabel Correia, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas
28/06/2012
O analista de mercado da Ativa Corretora, Ricardo Correia, afirmou que o setor elétrico brasileiro passará por momentos difíceis a partir de 2015. Segundo ele, o setor terá o desafio de atender três pilares conflitantes: sustentabilidade, confiabilidade e custos de energia. "Isso já deveria estar sendo discutido e está sendo postergado", observou Correia, que participou do Seminário Energia Elétrica, promovido pela Apimecrio, nesta quinta-feira, 28 de junho.
Correia afirmou que o país pode passar por um déficit estrutural, se ficar dependente da hidreletricidade. Para o analista, apesar de ser limpa e barata, a hidreletricidade não é plenamente confiável já que é volátil por sofrer influência da natureza, como as chuvas. Além disso, ele destacou que hoje com o modelo de hidrelétricas a fio d'água o armazenamento é menor, o que pode causar um impacto nos custos.
Por isso, o executivo afirmou que o papel das fontes térmicas, no nosso modelo, deveria aumentar, principalmente, as térmicas a gás. No entanto, Correia destacou que, além de serem mais poluentes, muitos empreendimentos térmicos estão atrasados e não devem entrar em operação a tempo de suprir o déficit.
Já a energia eólica, descrita pelo analista como limpa e segura, no papel de uma energia complementar, perde no conceito econômico. Correia afirmou que esse tipo de energia está sendo vendida por preços "artificialmente baratos" e não devem permanecer no patamar atual.
Correia destacou ainda que a energia nuclear deveria ter um espaço maior no Brasil e que o potencial do país para esse tipo de geração está sendo colocado de lao. Segundo ele, os problemas e acidentes ocorridos com esse tipo de energia foram gerados por problemas de gestão, o que não aconteceu no Brasil.
Distribuição - Sobre o segmento de distribuição, o executivo afirmou que passará por uma pressão de resultados e de retorno que deverá explusar do mercado os gestores menos eficientes. "Será um mercado de poucos players", disse. De acordo com o analista, o sistema de distribuição tem seus problemas, mas está próximo de encontrar a maturidade.

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