5 de março de 2014

Editorial – 05/03/14

Embalada pelos tambores e cuícas, a sociedade brasileira ignora o perigo. Podemos estar à véspera de um novo racionamento de energia elétrica. Especialistas chegam a estimar a probabilidade com precisão invejável. Preferimos não acrescentar mais uma opinião porque, num país de clima tropical, é preciso reconhecer que surpresas podem acontecer.
Muito mais importante do que quantificar a chance de racionamento é salientar que a tarifa brasileira, muito alta para um país de base hidroelétrica, deveria cobrir investimentos que garantissem um baixo risco de racionamento. Dada a importância da energia na vida moderna, não é prudente deixar “o leite derramar” para, só então, ficar atento. A “jarra já se inclina perigosamente” há alguns anos e nós temos insistentemente chamado atenção para essa situação.
É verdade que o Nordeste vem passando por uma longa seca. Não conseguimos entender porque essa evidência ainda não foi capaz de disparar iniciativas do governo para fazer um diagnóstico completo sobre o Rio S. Francisco. Mesmo se tal fenômeno for irreversível, é obrigação do planejamento reconhecer e considerar esse déficit nos seus cálculos. Agir como se valessem os registros históricos é a pior escolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário