A Eletrobras esperava 5 mil adesões ao
Plano de Demissão Incentivada (PDI), mas a sete dias do término do prazo
para adesão, segundo o chefe do Departamento de Gestão de Pessoas da
Eletrobras, Eliomar da Silva Ferreira, apenas 3002 dos 9 mil
funcionários elegíveis aderiram – o que representa 64% da expectativa
inicial. As previsões da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) sobre a baixa adesão se confirmaram.
O chefe do departamento esteve presente
com diretor de Administração da empresa, Miguel Colasuonno, e o
presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Franklin
Moreira, na audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia
da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (03/07). O evento,
solicitado pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE), discutiu o plano de
demissão incentivada dos servidores das Empresas Eletrobras e a
repercussão financeira e administrativa nas empresas. Eliomar Ferreira
ressaltou ainda que “60% do custeio da Eletrobras é com o pessoal.
Estamos discutindo plano de desligamento há dez meses”.
Segundo Franklin Moreira, a principal
questão que impede os trabalhadores de não aderir ao PDI hoje é ter que
fazer plano de saúde para aposentadoria. “Fomos chamados para discutir e
mostramos preocupação com a forma de implantação desse plano, porque
tínhamos exemplos traumáticos de programas assim em outras empresas, com
pressão para que trabalhador possa aderir ao plano”, afirmou Moreira
durante discurso. Todavia, de acordo com o presidente da FNU, os
funcionários não enfrentam essa pressão na empresa. “Achamos que a forma
com que está sendo conduzido o plano esta tranquila, mas achamos que as
condições para a segunda etapa serem diferentes da segunda tem que ser
corrigida”, ressaltou.
Memória em risco
Uma das preocupações apresentada pela
empresa na reunião foi que, como 20% do quadro da Eletrobrás possui mais
de 30 anos de empresa, a memória da Eletrobrás também ficou em risco
com o processo de demissão incentivada. “Não queríamos perder talentos.
Nossas empresas estão implantando programas de repasse do conhecimento
para identificar empregados com conhecimento crítico, uma forma de
retenção de capital intelectual”, explicou Miguel Colasuonno.
Segundo Colasuonno, para não perder
funcionários importantes para a operação da empresa, só o diretor da
área pode dizer quando o trabalhador poderá ser desligado. “Esperamos
que em dois anos, dois anos e meio, ele possa transmitir
obrigatoriamente para duas pessoas do setor”, afirmou o diretor de
Administração acrescentando que a media de idade dos funcionários são de
46 anos, sendo que 11% com mais de 60 anos.
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