26 de dezembro de 2013

E a vaca foi pro brejo...


O voto de Boesio, PMDB, e as 9 ausências na oposição, deram vitória aos governistas de Tarso

- A votação do requerimento de inversão de pauta, apresentado pelo deputado Frederico Antunes, PP, logo na abertura da sessão, indicou o que aconteceria a seguir. O requerimento foi rejeitado por 24 x 21. A oposição pediu inversão de pauta para testar os governistas e avaliar melhor cada voto para a votação seguinte. 

O governo do PT contou com um voto do PMDB, o do deputado Álvaro Boesio, e da ausência de nove deputados, sendo 3 do PP, 4 do PMDB, 1 do PPS e 1 do Solidariedade, o que lhe permitiu aprovar por 25 x 21 o projeto 350/2013, que tunga R$ 1,3 bilhão da CEEE para os cofres do governo estadual.

. A vitória pode ter sido de Pirro, porque o plenário aprovou emenda da deputada Zilá Breitenbach, PSDB, que vinculou o valor a uma conta específica no Banrisul, de onde os recursos só poderão sair para pagar as despesas previdenciárias dos ex-autárquicos da CEEE, agora integrantes da Folha de Pessoal do governo estadual e nãomais da CEEE.

. Como o governo queria o dinheiro para tapar rombos do caixa único, é certo que Tarso vetará a emenda.

. O governo levou para o plenário toda a sua base, que não falhou: 14 do PT, 4 do PTB (Marcelo Moraes, o quinto, votou de novo com a oposição), 1 do PCdoB e 1 do PRB, portanto 20 votos. Os outros cinco votos favoráveis a Tarso vieram do PMDB (1) e do PDT (4 dos seis votos, porque Juliana Brizola e Gilmar Sossela votaram com a oposição).

. Mesmo desfalcado de nove deputados, 3 do PP e dois do PMDB, um do PPS e outro do Solidaridade, a oposição conseguiu emplacar 21 votos.

20 de dezembro de 2013

Controle social em andamento.

O Grupo CEEE é uma sociedade de economia mista com ações em bolsa de valores. Sendo assim deve manter um nível mínimo de informações ao mercado que pode ser acompanhadas no site da BM&FBovespa.

Acompanhe as última informações sobre a Gestão do Grupo CEEE, pois o nosso futuro depende disso.


PPR, PDI e Gratificação Especial

Informamos a todos que o PPR e Gratificação Especial foram assinados pelo SENGE na manhã de quarta-feira (18). Assim que recebermos os documentos assinados pelos diretores iremos encaminhar a todos. Sobre o PPR, cabe esclarecer que, por só poder ser gozado em períodos mínimos de um dia, receberá um código para a folha ponto diferente do PPR 2012 (que podia ser em períodos de 1/2 dia).

Também foi protocolado carta conjunta com os sindicatos dos Administradores, Contabilistas, Economistas e Advogados solicitando prorrogação do prazo de adesão ao PDI, em função de ainda não ter havido retorno da PREVIC. 
O documento está disponível neste LINK.

19 de dezembro de 2013

A fumaça vai se dissipando....

Aos poucos com as poucas informações vão se montando os possíveis cenários.

"Em atenção ao ofício GP 084/2013, o qual se reporta ao Oficio n° 149/2013-DR/ANEEL, referente à efetividade do Programa de Recuperação Financeira - PRF III, tenho a informar a posição do Governo:

a) estamos encaminhando à Assembleia Legislativa Projeto de Lei em regime de urgência para concretizar a transferência dos empregados ex-autárquicos ao Estado.

b) a CEEE-D e CEEE-GT estão autorizadas, através de sua Presidência, a manter as tratativas para a alienação de 16,5 % das ações para a União / Eletrobrás. (Grifos nossos)"


Obs: Será que contaram para a ANEEL que iriam passar os ex-autárquicos + R$1,3 bilhão ou só os ex-atárquicos.

Graças ou azar da Emenda 33 realizada na Constituição Estadual do RS (efeito Brito): "§ 4º A alienação, transferência do controle acionário, cisão, incorporação, fusão ou extinção da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, Companhia Rio-grandense de Mineração – CRM, Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul – SULGÁS e Companhia Estadual de Silos e Armazéns – CESA, somente poderão ser realizadas após manifestação favorável da população expressa em consulta plebiscitária.”

Ou seja, é somente 16,5% pois o estado é obrigado a manter 51%, senão????

Engajamento cívico: desafio para o fortalecimento da democracia

Jorge Ramos Mizael*
A participação política é composta por camadas participativas e comumente mensurada por índices eleitorais, como a quantidade de votos, a abstenção e o comparecimento eleitoral. Contudo, uma democracia de qualidade deve, entre outras coisas, garantir e incentivar a participação dos cidadãos em todas as instâncias participativas.
O engajamento em associações e sindicatos profissionais, grupos étnicos e de gênero, associação de pais e mestres e associação de bairro é extremamente importante para a solução de problemas comunitários e, posterior, politização do cidadão. A participação em grupos cívicos, além de abrir novas redes de contatos e aumentar a chance de influenciar o poder decisório, também simplifica e intensifica as trocas de informações entre os interessados.

Neste contexto, o cidadão brasileiro médio é pouco atuante. Segundo dados do Barômetro das Américas de 2012, a grande maioria dos brasileiros - 91,85% dos entrevistados - nunca participou das reuniões de uma associação de profissional. Nos Barômetros anteriores conduzidos no país, em 2008 e 2010, os números foram igualmente preocupantes, respectivamente 88,08% e 89,81%. Os dados apontam para um crescente e perigoso distanciamento entre os cidadãos e instâncias representativas organizadas.

Em 2012, 78,37% dos americanos e 94,64% dos argentinos também afirmaram nunca terem participado de tais reuniões. Ao se comparar com estes países, percebe-se que os brasileiros participam cerca de 13% menos que os americanos e 2,79% mais que os argentinos.

De maneira geral, os dados destacam que a falta de engajamento cívico, em algumas das maiores populações do continente, é um problema compartilhado e que tem aumentado ao longo dos últimos anos. Além disto, os países apresentam um baixo grau de interação e homogeneização entre as diferentes formas de participação.

Especificamente no caso brasileiro, por mais que existam garantias legais para a participação, os incentivos apresentados até então não têm conseguido reverter o distanciamento entre o cidadão e as instâncias que poderiam legitimar e fortalecer as suas demandas.

Em suma, a qualificação da democracia passa prioritariamente e necessariamente pela participação em formas menos hierarquizadas e tradicionais do que a esfera político-partidário-eleitoral evidente.

(*) Cientista político e assessor legislativo da Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical.


Pressionado: Tarso retira projeto dos ex-autárquicos da CEEE

Caso fosse votado e aprovado o projeto autorizaria a CEEE a transferir de uma só vez ao Caixa Único do Estado o valor equivalente a 15 anos de pagamento dos proventos dos servidores aposentados denominados “ex-autárquicos” vinculados à Companhia.
Pressionado: Tarso retira projeto dos ex-autárquicos da CEEE

 Foi fundamental a participação do Sindicato dos Engenheiros e dos profissionais na mobilização contra aprovação pelo plenário da Assembleia Legislativa do PL 350/2013 de iniciativa do Executivo Estadual. Caso fosse votado e aprovado o projeto autorizaria a CEEE a transferir de uma só vez ao Caixa Único do Estado o valor equivalente a 15 anos de pagamento dos proventos dos servidores aposentados denominados “ex-autárquicos” vinculados à Companhia. Em troca, repassaria ao Estado a folha de pagamento de cerca de 1400 colegas.

Tirando a bancada governista na ALRS, ninguém mais se mostrou favorável à aprovação do Projeto, nem mesmo os deputados até pouco tempo integrantes da base de apoio ao Piratini . Assim, na última quarta-feira (18), prevendo uma derrota iminente, o governo do Estado retirou o projeto da pauta da Assembleia, o que na prática suspendeu a tramitação, ao menos por enquanto.

O SENGE e os profissionais saúdam a medida, pois estava em jogo a transferência imediata de cerca de R$ 1,3 bilhões da Companhia para os combalidos cofres do governo. Seria sem dúvida um socorro e tanto, mas comprometeria ainda mais a capacidade de investimentos por parte da CEEE, cujo orçamento encontra-se bastante apertado graças à perda de receitas provenientes da antecipação da concessão assinada com o governo federal também na gestão de Tarso Genro.

Por sua vez, a “transferência” para a folha de pagamento do Estado acarretaria aos ex-autárquicos o risco de perder uma série de vantagens conquistadas ao longo de suas carreiras de importantes serviços prestados à empresa. Da mesma forma, abriria espaço para uma série de incertezas relativas aos futuros rejustes das aposentadorias, ao benefício do plano de saúde e à previdência complementar de seus pensionistas.

Revista Engenheiro - Edições de Janeiro 2014

Segue abaixo link para acesso às edições nº 140 do Informativo O Engenheiro, publicação da Federação Nacional dos Engenheiros - FNE, relativa ao mês de Janeiro 2014.

Link para revista: Engenheiro - Edição de Janeiro


18 de dezembro de 2013

Gratificação Especial - Será assinado amanhã dia 19/12/2013

Após diversas reuniões da comissão paritária, o Grupo CEEE enviou carta de compromisso para assinatura dos sindicatos.

Segue o link das cartas: Carta CEEE-GT e Carta CEEE-D

Em relação a este tema foi realizado complementarmente pesquisa tendo obtido o seguinte resultado:

Considerando a avaliação dos participantes da comissão e da pesquisa realizada o SENGE irá assinar a proposta do Grupo CEEE.

Diretoria do SENGE

PPR será assinado amanhã - dia 19/12/2013

Ontem foi apresentado a versão final do texto do Programa de Participação nos Resultados pelo Grupo CEEE. 
Ocorreram quatro reuniões e desde o início de novembro estávamos aguardando a avaliação da proposta final da comissão pela diretoria.

Houve algumas alterações no texto final mas que não alteram o objetivo do programa. 

Segue o link com a proposta final da diretoria: PROPOSTA PPR 2013

Ainda estamos aguardando o esclarecimento de algumas dúvidas em relação a alteração na fórmula da Disponibilidade da Geração Hídrica, mas nos demais pontos há concordância. Houve a inserção de cláusulas para que o PPR seja retirado apenas em folga. Este é um ponto de tensão mas está de acordo com o proposta do acordo coletivo, de que o PPR fosse apenas em folga. Como este programa tem objetivo de atender as demandas dos ativo e acreditamos que não haverá problemas. 

Assim que obtivermos o resultado dos indicadores iremos publicar.

Diretoria do SENGE

Correção do FGTS: SENGE ajuíza ação em nome dos associados

Saiba como está o andamento da Ação Coletiva encaminhada Justiça Federal de Porto Alegre no último dia 16/12/2013 em nome dos associados do SENGE.
Correção do FGTS: SENGE ajuíza ação em nome dos associados

Em agosto de 2013, o Sindicato dos Engenheiros comunicou seus associados que estaria entrando na Justiça com uma ação coletiva em nome dos seus representados em busca das diferenças nos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) acumuladas desde 1999, decorrentes da aplicação da TR como fator de correção dos saldos das contas. Isso porque em 2012, o Supremo Tribunal Federal, julgando um processo sobre a correção de Precatórios, entendeu que a TR não poderia ser utilizada como índice de correção monetária. Com isso, juristas vislumbram a possibilidade do STF utilizar este mesmo entendimento para a correção monetária dos depósitos do FGTS.

Desde então, o SENGE assessorado pelo advogado Oscar Plentz, vem acompanhando as manifestações de juízes federais em ações semelhantes movidas por outros sindicatos e centrais de trabalhadores, observando a tendência adotada do judiciário e as melhores possibilidades para o êxito da nossa ação coletiva.

O resultado foi a Ação Coletiva nº 5070473-60.2013.404.7100 encaminhada à Justiça Federal de Porto Alegre no último dia 16/12/2013. A novidade frente às ações das centrais, é que o SENGE passa a cobrar não só a substituição da TR pelo INPC, mas questiona até mesmo os cálculos do governo federal que estabelecem o índice da própria TR.

Conforme informado em agosto, estão arrolados como beneficiários da ação os sócios do SENGE que no dia 30/09/2013 encontravam-se em dia com suas obrigações estatutárias. Segundo Oscar Plentz, isso não impede que os profissionais que se tornaram sócios do Sindicato ou que tenham se colocado em dia a partir daquela data possam participar de uma segunda ação.

O SENGE-RS também entende que neste momento não é preciso que cada um dos interessados entre com ações individuais. Os advogados do Sindicato consideram que a matéria comporta a utilização do instituto da “substituição processual”, (questão que o Supremo Tribunal Federal também tem admitido) para ajuizar uma ação coletiva.

Uma vez vencida esta discussão, que poderá levar muitos anos nos tribunais, inclusive com a paralisação do processo, por alguma arguição de tema de relevância e julgado na instância final, caberia aos associados do SENGE, individualmente e de acordo com os depósitos que tiverem neste período, inclusive em parcelas vincendas, através de ações judiciais individuais, fazerem a execução pessoal do julgado, ante ao direito declarado.

Desta forma, não há necessidade de ação judicial individual agora, nem de qualquer despesa para ingressar na ação, uma vez que o SENGE atuará em nome dos seus associados por “substituição” e fará uma ação declaratória de direito na defesa de uma justa correção monetária para os depósitos do FGTS. Posteriormente, caso seja ganha a ação declaratória, todo o associado arrolado desde o início, se assim desejar, entrará com ação individual, cujos honorários são diferenciados conforme prevê o contrato com o escritório que presta serviços ao SENGE.

Vale lembrar que a lei que instituiu o Fundo de Garantia assegura que os depósitos teriam correção monetária e juros de 3% ao ano. Ocorre que desde 1999 a correção está vinculada a Taxa Referencial (TR), cujo valor foi desvinculado da inflação e tem ficado bem abaixo dela nestes últimos 13 anos. Esta situação ocasiona uma possível diferença que já monta cerca de 90%, caso seja aplicado como correção monetária o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE ou outro índice semelhante de medição. Existem cálculos que, caso a justiça reconheça o direito de todos os trabalhadores, a conta da atualização das diferenças pode chegar à R$ 50 bilhões.

17 de dezembro de 2013

E agora José?????

Acompanhe ao vivo a discussão em relação ao PL350/2013, que tenta passar os ex-autárquicos para o governo. Juntamente com R$1,3 bilhão.


Aleluia, aleluia, aleluiuia... Saiu o PPR

De: RH

Enviada em: terça-feira, 17 de dezembro de 2013 09:55

Assunto: PPR

Bom dia,
Comunicamos que a proposta de pagamento em folga para o PPR 2013 foi aprovada em reunião de Diretoria, sendo o período mínimo de gozo 1 (dia).
Solicitamos aos sindicatos que nos enviem por email o nome do Diretor que irá assinar o respectivo acordo de PPR.
A informação acima deve ser enviada com a maior brevidade possível, para que nesta quinta-feira, 19-12-2013 o acordo possa ser assinado junto ao Gabinete da Diretoria Administrativa.
Att,

Ex-autárquicos da CEEE: SENGE e AECEEE se posicionam contra PL 350/2013

O Projeto de Lei autoriza a transferência de valor equivalente a 15 anos de pagamento dos proventos dos servidores ex-autárquicos vinculados ao Grupo CEEE, de uma só vez, para o poder executivo do Estado.
Ex-autárquicos da CEEE: SENGE e AECEEE se posicionam contra PL 350/2013
Ex-autárquicos discutiram o Projeto de Lei 350/2013 em reunião realizada no SENGE.

Nesta segunda (16), o SENGE e AECEEE enviaram carta aos deputados da Assembléia Legislativa do RS pedindo a rejeição, ou a retirada do regime de urgência, do Projeto de Lei 350/2013. O tema foi discutido com os servidores ex-autárquicos da CEEE em reunião realizada no último dia 10 no SENGE.

O referido PL autoriza a transferência de valor equivalente a 15 anos de pagamento dos proventos dos servidores ex-autárquicos vinculados ao Grupo CEEE, de uma só vez, para o poder executivo do Estado. Ao desviar recursos que seriam aplicados em investimentos para antecipação de despesas com pessoal, o projeto irá prejudicar a capacidade de recuperação de parte da receita operacional das empresas do Grupo, reduzidas por força da Lei 12.783/2013 que alterou os modelos de concessão do setor elétrico. Também deixará todos os ônus e obrigações trabalhistas dos servidores ex-autárquicos para a Companhia, o que fatalmente irá resultar em novos passivos judiciais.

O posicionamento contrário do Sindicato foi subsidiado através de documento que apresenta histórico da situação do Grupo CEEE e dos ex-autárquicos, bem como 13 pontos que precisam ser esclarecidos no Projeto de Lei.

16 de dezembro de 2013

Folha - A Batalha de Belo Monte - Um projeto de R$30 bilhões - Mercado


Revistas Digitais Interessantes

  


OAB discute com Centrais Sindicais projeto de Lei sobre honorários advocatícios

O Presidente Nacional da Ordem dos Advogados (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidiu uma reunião na terça-feira, dia 4, em Brasília com as principais lideranças das Centrais Sindicais, para discutir o Projeto de Lei 33/2013 que trata da imprescindibilidade da presença de advogado nas ações trabalhistas e prescreve critérios para fixação de honorários advocatícios e periciais na Justiça do Trabalho, alterando a Consolidação das Leis do Trabalho. Estiveram presentes Ricardo Patah - presidente da União Geral dos Trabalhadores - UGT, Vagner Freitas - presidente da Central Única dos Trabalhadores - CUT e Pascoal Carneiro - presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.

Também participaram membros da Comissão Especial de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil, Bruno Reis de Figueiredo (Presidente), Katianne Wirna Rodrigues Cruz Aragão (Vice-Presidente), Claudia Campas Braga Patah, Nilton Correia, presidente da Comissão Nacional de Direitos Sociais , José Eymard Loguércio, os consultores João Pedro Ferraz dos Passos e Zilmara David de Alencar, esta última representando a Nova Central Sindical de Trabalhadores. Os advogados da CUT - Marcelo Mauad e Renata Cabral e da UGT - Leonardo Vitor Siqueira Cardoso Vale, além de Antonio Fabricio da ABRAT e Eduardo Pugliese, Assessor de Assuntos Parlamentares, dentre outros. Nos debates, dois pontos foram apontados como relevantes. São eles (i) o fim do “jus postulandi” e (ii) os honorários assistenciais aos sindicatos de classe.

De acordo com a redação do projeto, a parte (empregados e empregadores) não poderá mais reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, mas sim por meio de representação I - por Advogado legalmente habilitado; II- pelo Ministério Público do Trabalho; III- pela Defensoria Pública da União. Nesse aspecto, a proposta do Grupo de Trabalho, fruto do consenso das centrais sindicais presentes, é sugerir a permanência do “jus postulandi” nas causas que tramitam pelo Procedimento Sumaríssimo, ou seja, as ações que envolvem pedidos certos e determinados até o montante de 40 salários mínimos, por analogia ao sistema do Juizado Especial Cível.

Com relação aos honorários assistenciais – segundo ponto discutido - a redação do parágrafo 6ª, do artigo 1º do referido Projeto não está clara, dando margem a interpretações equivocadas, o que ensejou o consenso das Centrais e do Grupo de Trabalho, ou pela alteração de sua redação para contemplar expressamente as hipóteses de cabimento dos honorários assistenciais ou pela exclusão do referido parágrafo e inclusão de novo artigo, tratando especificamente dos honorários assistenciais, demonstrando inicialmente que os honorários advocatícios (ou de sucumbência) diferem dos honorários assistenciais. Após, é necessário especificar as hipóteses de cabimento dos honorários assistenciais, incluindo expressamente o item III da Súmula 219, do TST, que prevê o direito aos honorários advocatícios quando o sindicato atua como substituto processual.

Outra questão discutida pelo Grupo foi com relação à inclusão de um artigo no Projeto, excluindo expressamente a condenação em honorários de sucumbência na hipótese de Dissídios Coletivos, ou seja, não haverá honorários nem para o Suscitante e nem para o Suscitado.

Marcada a audiência de conciliação da ação civil pública movida pelo MPT em face a ELETROSUL

Na próxima segunda-feira (16), ocorrerá às 14h, na 2ª Vara do Trabalho de Florianópolis (Av. Rubens de Arruda Ramos, n° 1588), a audiência de conciliação da ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho em face a Eletrosul. A audiência foi designada pelo Juiz do Trabalho Marcel Luciano Higuchi.
A ação civil pública de nº 11.032-48.2013.5.12.0014, abrange os operadores e técnicos de operações nos Estados de RS, SC e PR e pode resultar em condenação superior a 40 milhões de reais à empresa Eletrosul. O processo está fundamentado em dois documentos. O primeiro diz respeito ao Relatório Global de Certificação dos Operadores do Sistema, produzido pela própria Eletrosul, e revela que 35% dos operadores encontrando-se em um nível de estresse que varia de médio superior e superior, sugerindo alta vulnerabilidade.
O segundo é o Relatório das Condições de Trabalho dos Operadores das Unidades (COSE, CROIs e Subestações), documento técnico elaborado por consultoria autônoma contratada pelo sindicato da categoria profissional (Sinergia), com a constatação de graves inadequações na organização do trabalho dos operadores do sistema, dentre as quais, aumento da carga cognitiva; exacerbação do nível de atenção; elevados níveis de pressão e stress; sobrecarga e simultaneidade das funções; ritmo de trabalho intenso; redução do tempo de execução das tarefas; acúmulo de função; descumprimento do intervalo mínimo de onze horas entre uma jornada e outra; jornadas superiores a 12 horas; desvio de função; falhas no Sistema de Supervisão, Comando e Controle (SAGE); realização de procedimentos sozinhos, em descumprimento a NR 10; riscos de acidentes no desempenho de atividades; riscos de explosão de equipamentos e falta de manutenção dos materiais e equipamentos.
Em dois anos de investigação o MPT tomou o depoimento de mais de 50 operadores do sistema nos três estados do sul, comprovando a precarização das condições de trabalho decorrente da nova política de operações da Eletrosul, baseada no modelo de tele-assistência de unidades. Segundo os operadores, o atual sistema gerou sobrecarga de serviço e inadequação das condições de trabalho.

12 de dezembro de 2013

Pauta do Acordo - Veja as propostas enviadas até o momento

PRÉ-PAUTA PARA NEGOCIAÇÃO DE ACT SENGE/GRUPO CEEE - 2014/2015

Veja as contribuições enviadas pelos colegas até o momento. 

·        Renovação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente com a integração das propostas abaixo;

·        Reajuste salarial e demais cláusulas financeiras: INPC + 3% de ganho real;

·        Mínimo profissional de 9 S.M., retirando a segunda linha;

·        Redução da jornada para 40 horas;

·  Reajuste do Plano de Saúde no mesmo percentual que o da UNIMED e abertura de possibilidade de cadastramento de outras possibilidade disponíveis no mercado (Ex.: CABERGS, etc.);

·        Adequação do quadro técnico em conformidade com o disposto no artigo 1º da Resolução 430/99 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e nas Leis 5.194/66 e 6.619/78, que disciplinam as atividades do exercício de profissionais habilitados no CREA;

·        Alteração da cláusula de pós-graduação incluindo alunos especiais e regulares;

·        A Empresa garantirá a manutenção de vantagens aos empregados do Grupo CEEE aprovados em concurso público para o novo cargo, desde que não haja interrupção no Contrato de Trabalho superior a 30 (trinta) dias, entre a rescisão e a nova admissão.

·        Possibilidade de converter os 30 dias de férias corridos em 22 dias úteis. Caso o funcionário opte em vender os 10 dias, os 20 dias restantes poderiam ser convertidos em 16 dias úteis. Justificativa: Evita a descontinuidade do serviço devido à ausência por tempo prolongado junto à Empresa; Redução de gastos adicionais com FG’s temporárias;

·        Bônus alimentação no valor de R$1.200,00.

·        Auxílio creche no valor de R$600,00.

·        Licença paternidade de 10 dias.

·        O Grupo CEEE se compromete a efetuar o pagamento da anuidade do CREA.

·     O Grupo CEEE pagará Gratificação de Responsabilidade Técnica aos Engenheiros cadastrados no CREA como Responsáveis Técnicos pela Empresa, no valor mensal de R$ 603,20, durante o período que permanecer nesta condição.

Participe das reuniões ou envie suas sugestões e comentários.


11 de dezembro de 2013

Engenharia à distância... não faltava mais nada.

Curso de Engenharia Elétrica em EAD

Parabéns a todos..


Consulta à categoria sobre a Gratificação Especial

Colegas,
Nas reuniões da Comissão Paritária referentes à Gratificação Especial, o Grupo CEEE apresentou os critérios que a Companhia havia definido para elencar as localidades que fariam jus à gratificação. Foram listadas aquelas que continuariam a receber a Gratificação Especial e a relação inicial das localidades (setores) que estariam fora destes critérios e seriam excluídas das relacionadas na respectiva cláusula do próximo Acordo Coletivo.

Deve-se salientar que aqueles lotados nas localidades que serão excluídas e que atualmente estão recebendo a gratificação, CONTINUARÃO RECEBENDO. Somente os novos funcionários ou aqueles que forem transferidos para esses setores após março de 2012 NÃO GANHARÃO o benefício. No caso dos colegas admitidos no Salto do Jacuí em 2012, a proposta foi que a gratificação começaria a ser recebida de forma retroativa a março de 2013 assim que fosse assinado documento com a concordância com os novos critérios.

Mas durante as atividades da Comissão Paritária, tivemos algumas atitudes questionáveis da Diretoria. Os novos critérios que foram apresentados retirariam algumas localidades mas deixariam aberta a possibilidade de inclusão de novas localidades. Depois de mais de dois meses de levantamentos por parte dos Sindicatos de novas localidades que atenderiam aos critérios, foi apresentada à Comissão Paritária uma relação das localidades a serem incluídas. O trabalho da Comissão Paritária foi então levado à Diretoria Colegiada para avaliação. O retorno que tivemos foi de que nenhuma nova localidade será incluída.

Este fato gerou um enorme desconforto, motivo pelo qual, mesmo sabendo que a proposta atual atende as solicitações dos colegas novos lotados no Salto do Jacuí, não poderíamos aceitar a proposta da Companhia sem antes saber a opinião dos colegas.

Para tanto, lançamos uma consulta (link somente via e-mail) sobre a proposta do Grupo CEEE para a Gratificação Especial e contamos com a sua participação.

Como documentos de apoio, seguem as listas das localidades nas quais, até a data de assinatura do Acordo, os empregados recebiam a gratificação:
Lista CEEE-D
Lista CEEE-GT

Não deixe de participar da pesquisa.

10 de dezembro de 2013

Balanço das negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2013


Estrutura e Estratégia: Evolução de Paradigmas

Resumo
O presente trabalho analisa as relações de interdependência existentes entre a estrutura da empresa e as estratégias a serem implementadas. É feita uma breve revisão da literatura sobre estratégia, administração estratégica e as diversas formas de conduzir a implementação das que se apresentam como as mais adequadas à consecução dos objetivos organizacionais.
Foram analisados os modelos tradicionais de estrutura organizacional, bem como as vantagens e desvantagens estratégicas que cada um apresenta. Por fim, foram estudadas as abordagens de diferentes autores sobre as relações de interdependência entre a estrutura da empresa e as suas estratégias. Em conclusão, verifica-se que, embora as estratégias da empresa possam ser fixadas a partir da análise da sua estrutura organizacional, dos seus pontos fortes e fracos, esta atitude nem sempre é viável. Numa época em que as tecnologias evoluem de forma extremamente rápida e a competitividade se acelera em nível global, a possibilidade maior que se apresenta, é a necessidade de estruturas organizacionais flexíveis, que possam se modificar rapidamente, para atender às estratégias capazes de permitir a adequada inserção da empresa em um ambiente externo extremamente volátil.

Trecho página 07: "Os sintomas de uma estrutura organizacional ineficaz incluem: muitos níveis de administração, muitas reuniões freqüentadas por muitas pessoas, muita atenção sendo direcionada à resolução de conflitos interdepartamentais, muitos objetivos que não foram alcançados. As mudanças na estrutura podem facilitar o esforço de implementação da estratégia, mas as mudanças na estrutura não irão transformar uma estratégia mal elaborada e ineficaz."

9 de dezembro de 2013

CRONOGRAMA DE REUNIÕES DA CAMPANHA SALARIAL 2014/15

Lembramos todos os colegas que já estão em andamento as reuniões para construção da pauta do Acordo Coletivo de Trabalho 2014/15, conforme o cronograma abaixo. Participe enviando suas sugestões para os delegados sindicais ou diretamente para o SENGE através do e-mail canalabertoceee@gmail.com

Em Porto Alegre:
- Dia 05/12/2013, das 12h às 13h30, na sede da AECEEE;
- Dia 11/12/2013, das 13h30 às 17h, na sede do SENGE juntamente com a reunião com os representantes sindicais do Grupo CEEE;
- Dia 17/12/2013, das 16h às 17h15, na sede da AECEEE;
- Dia 16/01/2014, às 17h30, na sede do SENGE – Assembleia Geral de consolidação da Pauta.

No Interior:
- Dia 19 ou 20/12/2013, em Canela (conforme disponibilidade dos colegas);
- Dia 05/12/2013, às 17h, no CTG em Salto do Jacuí;
- Dia 04/12/2013, às 17h, no auditório da GRS em Pelotas.

 
Assembleias de consolidação da pauta:
- Dia 14/01/2014 – Em Canela (horário a ser definido pelos colegas);
- Em Salto do Jacuí (em data a ser definida);
- Dia 16/01/2014, às 17h30 – Na sede do SENGE.

A montagem da pauta para o próximo ano será um processo participativo tendo como base a pauta entregue do último acordo (acesse a descrição da pré-pauta e a versão final entregue à CEEE).
 
Participe das reuniões ou envie suas sugestões e comentários.

Diretoria do SENGE

6 de dezembro de 2013

Categoria aprova proposta da CEB e encerra movimento grevista

Após 30 dias em greve, os trabalhadores e trabalhadoras da CEB aprovaram em assembleia realizada nesta terça-feira (3) a contraproposta apresentada pela empresa. O novo acordo terá validade de dois anos, com manutenção de todas as cláusulas constantes do ACT 2011/2013.
proposta prevê reajuste salarial conforme INPC, do período de Nov/2012 a Out/2013, que foi de 5,58%. A título indenizatório serão concedidas quatro referências na tabela salarial para os agentes operacionais admitidos após agosto de 2010 e mais uma referência em novembro de 2014.
Outro avanço é o ganho real de 2,5%, sendo 1,25% aplicado em 2013 e mais 1,25% em 2014. O abono no valor de R$ 10 mil será pago em quatro parcelas iguais nas datas: 06/12/13; 30/06/2014; 30/11/2014 e 30/06/2015.
Outro ponto é o compromisso da CEB em constituir um grupo paritário para estudar e avaliar as cláusulas que tratam da complementação do auxílio doença previdenciário, mais o complemento do auxilio doença ao acidente de trabalho. Além de analisar a proposta formulada pelo Sindicato relativa ao benefício de risco no plano CEB-PREV.
Para o dirigente sindical do STIU-DF, Jeová Oliveira, a proposta não representa a pauta de reivindicações da categoria, mas atende algumas solicitações dos trabalhadores. “Temos clareza que essa proposta não contempla toda a categoria, mas não vamos transformar a maior greve da CEB em derrota. Estamos saindo do movimento grevista vitoriosos e a nossa luta por avanços deve ser permanente”, destacou Jeová.
 Fonte: STIUDF

Engenheiros da AES Sul aprovam seu primeiro Acordo Coletivo

Nesta quarta-feira (4/12), os engenheiros da AES Sul deram um importante passo com a aprovação do primeiro Acordo Coletivo negociado pelo Sindicato dos Engenheiros que contempla demandas específicas da categoria. A proposta final da empresa foi aprovada em reunião coordenada pelo vice-presidente do SENGE Alexandre Wollmann, em São Leopoldo, e deverá ser oficializada nos próximos dias para a assinatura do Acordo Coletivo.

Além de garantir que algumas das reivindicações dos colegas fossem ouvidas, esta conquista abre um caminho sem volta para novas negociações e avanços profissionais. Destaque para o reconhecimento do Salário Mínimo Profissional por parte da empresa, que se comprometeu a aumentar gradualmente a remuneração dos engenheiros até alcançar o piso.  

Durante a reunião, Wollmann destacou informações importantes sobre a atuação do Sindicato, legislações e resoluções do sistema CONFEA/CREA inerentes à profissão e solucionou dúvidas. Sobre estas questões, seguem alguns links importantes relativos à atividade profissional dos Engenheiros:

LEINº 4.950-A, DE 22 ABR 1966 - Dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária.

LEINº 5.194, DE 24 DEZ 1966 - Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.

RESOLUÇÃONº 218, DE 29 DE JUNHO DE 1973 - Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

RESOLUÇÃONº 397, DE 11 DE AGOSTO DE 1995 - Dispõe sobre a fiscalização do cumprimento do Salário Mínimo Profissional.

RESOLUÇÃONº 430 DE 13 DE AGOSTO DE 1999 -  Relaciona os cargos e funções dos serviços da administração pública direta e indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo exercício é privativo de profissionais da Engenharia, da Arquitetura ou da Agronomia e dá outras providências.

É importante que os colegas lembrem que, mesmo após a assinatura do Acordo Coletivo, o trabalho do Sindicato em defesa dos interesses da categoria segue com a definição de novas pautas.

Acesse regularmente o portal do SENGE, participe das redes sociais do Sindicato e do Conexões Engenharia no Facebook e Twitter.



Participe do seu Sindicato. 

5 de dezembro de 2013

Copel faz assédio moral ao forçar adesão de aposentados e aposentáveis ao PDV

O Senge-PR irá ajuizar nos próximos dias ação na Justiça do Trabalho contra a Copel para pedir a condenação da empresa por assédio moral contra trabalhadores aposentados ou aposentáveis. A ação pedirá pagamento de indenização a ser revertida a esses copelianos.
A ação tem por base denúncias de que a Copel está pressionando funcionários aposentados ou em vias de se aposentarem a aderir ao PDV (Programa de Demissões Voluntárias).
De forma deliberada, a empresa está induzindo ao erro copelianos com anos de serviços prestados, usando informações inverídicas, ameaças de demissões, desligamentos e corte de benefícios para quem não aderir ao PDV. É importante lembrar que isso acontece não só com engenheiros, mas com profissionais de diversas áreas.

3 de dezembro de 2013

Cuidado com os burros motivados

Roberto Shinyashiki

"Cuidado com os burros motivados"
Em Heróis de verdade, o escritor combate a supervalorização da aparência e diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima
Observador contumaz das manias humanas, Roberto Shinyashiki está cansado dos jogos de aparência que tomaram conta das corporações e das famílias. Nas entrevistas de emprego, por exemplo, os candidatos repetem o que imaginam que deve ser dito. Num teatro constante, são todos felizes, motivados, corretos, embora muitas vezes pequem na competência. Dizem-se perfeccionistas: ninguém comete falhas, ninguém erra. Como Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) em Poema em linha reta, o psiquiatra não compartilha da síndrome de super-heróis. “Nunca conheci quem tivesse levado porrada na vida (...) Toda a gente que eu conheço e que fala comigo nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, nunca foi senão príncipe”, dizem os versos que o inspiraram a escrever Heróis de verdade (Editora Gente, 168 págs., R$ 25). Farto de semideuses, Roberto Shinyashiki faz soar seu alerta por uma mudança de atitude. “O mundo precisa de pessoas mais simples e verdadeiras.”
ISTOÉ -
Quem são os heróis de verdade?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado,
viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.
ISTOÉ -
O sr. citaria exemplos?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Dona Zilda Arns, que não vai a determinados programas de tevê nem aparece de Cartier, mas está salvando milhões de pessoas. Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito “100% Jardim Irene”. É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.
ISTOÉ -
Qual o resultado disso?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.
ISTOÉ -
Por quê?
ROBERTO SHINYASHIKI -
O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.
ISTOÉ -
Há um script estabelecido?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente
de multinacional no programa O aprendiz? “Qual é seu defeito?” Todos
respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: “Eu mergulho de
cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.” É exatamente o que o chefe
quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado
ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma
forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: “Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir.” Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?
ISTOÉ -
Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.
ISTOÉ -
Está sobrando auto-estima?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parece que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.
ISTOÉ -
Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: “Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham.” Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.
ISTOÉ -
O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.
ISTOÉ -
É comum colocar a culpa nos outros?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Sim. Há uma tendência a reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas humanidades. Todas as empresas definem uma meta de crescimento no começo do ano. O presidente estabelece que a meta
é crescer 15%, mas, se perguntar a ele em que está baseada essa expectativa, ele não vai saber responder. Ele estabelece um valor aleatoriamente, os diretores fingem que é factível e os vendedores já partem do princípio de que a meta não será cumprida e passam a buscar explicações para, no final do ano, justificar. A maioria das metas estabelecidas no Brasil não leva em conta a evolução do setor. É uma chutação total.
ISTOÉ -
Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: “Quem decidiu publicar esse livro?” Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.
ISTOÉ -
Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
ROBERTO SHINYASHIKI -
O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.
ISTOÉ -
Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
ROBERTO SHINYASHIKI -
A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.” A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.” O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.” Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete, levando os filhos para brincar.
ISTOÉ -
O sr. visita mestres na Índia com freqüência. Há alguma parábola que o sr. aprendeu com eles que o ajude a agir?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.” Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis. Uma história que aprendi na Índia me ensinou muito. O sujeito fugia de um urso e caiu em um barranco. Conseguiu se pendurar em algumas raízes. O urso tentava pegá-lo. Embaixo, onças pulavam para agarrar seu pé. No maior sufoco, o sujeito olha para o lado e vê um arbusto com um morango. Ele pega o morango, admira sua beleza e o saboreia. Cada vez mais nós temos ursos e onças à nossa volta. Mas é preciso comer os morangos.