30 de outubro de 2013

De olhos vendados

PDE 2022 não reflete a operação do sistema, avaliam agentes (CANAL ENERGIA, 28/10)

Comentário: O ILUMINA concorda quase que totalmente com presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Luiz Fernando Vianna. A concordância só não é total porque, no seu diagnóstico, falta avaliar a conseqüência da sua correta afirmação.
1.      É verdade que a reserva máxima das usinas hidráulicas do sistema está caindo em relação à carga, uma vez que a primeira está estagnada e a segunda cresce ano a ano.
2.      É verdade que uma solução seria que parte da carga seja assumida por outra forma de geração de tal maneira que, sob o ponto de vista do conjunto das hidráulicas elas percebam uma carga menor.
3.      É verdade que a operação do sistema está sinalizando isso há algum tempo e que, a partir desse ano, outros critérios de segurança fazem parte da metodologia de operação e planejamento.
4.      O que não é verdade é que toda essa mudança não tenha efeito sobre a garantia de todas as usinas do sistema. A garantia física de todas as usinas depende do critério de operação já que a média dos CMO´s (custo marginal de operação), que deve ser igual ao CME (custo marginal de expansão). Se o critério muda exigindo mais térmicas, a média do CMO aumenta e, de imediato, traz um desequilíbrio da carga crítica, e, consequentemente das garantias físicas.
  • Esse parece ser o tema que ninguém quer enfrentar, porque afeta TODO O MODELO COMERCIAL!
  • A condenação de usinas à fio d´água e PCH´s também é precipitada, pois, pelos dados de vertimentos totais do sistema, muito baixos, na realidade, não estamos enchendo nossos reservatórios. Essa seria a situação na qual as usinas sem reservatório seriam inúteis.



Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Planejamento e Expansão
28/10/2013


A proposta do Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 que está em consulta pública não espelha a real operação do sistema. Essa crítica deve-se ao fato de que a fonte térmica continua a não ter clareza em seu papel nos próximos 10 anos na matriz elétrica nacional, ainda mais diante de um cenário hidrológico como o vivido pelo país em 2013. Do plano para os próximos 10 anos a previsão é de aumentar a capacidade instalada em 63,3GW sendo que deste potencial, 1,5 GW seria destinado às térmicas, preferenciamente, a gás natural.

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